Depois de muitos atos na reitoria, durante todo o semestre, que postergaram a votação das diretrizes do Plano Diretor nos marcos do REUNI e dos cursos novos de bacharelados interdisciplinares, como Saúde Coletiva e Ciências da Terra, todo esse bloco de ataques à educação pública foi aprovado.
Primeiramente, é necessário relatar em quais condições esses instrumentos que visam implementar o REUNI, o decreto do Governo Lula/PT que vem no sentido de sucatear a Universidade, aumentando o número de vagas sem aumentar o número de professores e a estrutura da Universidades, foram aprovados.
Para o I Congresso da CONLUTAS, um marco histórico de reorganização da luta dos trabalhadores de todo o país, foram eleitos 60 delegados estudantis da UFRJ, que foram para Betim entre os dias 2 e 5 de Julho. Durante esse Congresso, percebendo o esvaziamento dos estudantes, que compõem em sua maioria o DCE Mário Prata, a Reitoria colocou em Pauta os cursos de bacharelados interdisciplinares e conseguiu aprová-los numa tranqüila sessão do Conselho Universitário.
Em meio às férias de Julho, quando muitos estudantes participavam do seus encontros de área, o Professor Carlos Vainer, na última fala do expediente, propôs incluir na pauta do Conselho Universitário de 24/07, a votação das diretrizes do Plano Diretor da UFRJ nos marcos do REUNI. A sessão estava funcionando com seu quórum mais um, e o único conselheiro estudantil presente, que não se encontrava no Encontro de área, defendeu a não inclusão do ponto.
Porém, toda a burocracia universitária reunida naquele espaço votou a favor da inclusão do ponto de pauta, e na votação das diretrizes do Plano Diretor, por 27 a 1, esse plano foi aprovado. Vale ressaltar que há algumas sessões, cerca de trezentos estudantes participaram de um ato no CONSUNI, e pediram inclusão de ponto da votação de um calendário que debatesse as Diretrizes do Plano Diretor, em todos os Centros da Universidade, para que a comunidade Universitária pudesse tomar conhecimento e ter esclarecimentos sobre esse Plano e a partir daí poder decidir sobre os rumos da UFRJ. Essa inclusão foi negada pelo conjunto dos Conselheiros, que nesse momento se ajoelham diante das migalhas oferecidas pelo Governo Lula/PT, e auxiliam no sucateamento do ensino público, gratuito e de qualidade.
Precisamos relembrar também que a Reitoria, incomodada com os constantes atos dos estudantes nos Conselhos Universitários, que visavam interromper as votações para que o REUNI não fosse implementado na nossa Universidade, soltou um manifesto de repúdio, com o argumento de que os estudantes estavam ferindo a democracia Universitária. Ficam nossas perguntas:
Qual o conceito de democracia da Reitoria da UFRJ?
Não fazer debates com a comunidade Universitária sobre o REUNI e posteriormente sobre as diretrizes do Plano Diretor?
Não Fazer um Plebiscito e um Congresso Interno Deliberativo para que a comunidade universitária pudesse optar pela adesão ou não do REUNI pela UFRJ?
Aprovar numa sessão truculenta do CONSUNI, no dia 18 de Outubro de 2007, o PRE da UFRJ que nada mais é que o REUNI?
Aprovar na sessão do CONSUNI do dia 24 de Julho de 2008, as diretrizes do Plano Diretor, sendo que as mesmas não estavam na pauta inicial e por ser um assunto delicado, que necessita de amplo debate?
Não aprovar o segundo módulo do PRE na mesma sessão truculenta, fragmentando-o nas diretrizes do Plano Diretor e nos cursos de bacharelados interdisciplinares?
Achar que um Conselho composto em sua maioria por professores, que desconsidera o peso dos estudantes e dos funcionários dentro da Universidade, tem o poder de deliberar em nome da Comunidade Universitária?
No atual momento, devemos lembrar que deveríamos ter uma Entidade representativa dos estudantes para que nossa luta adquirisse força, que tivesse potencializado nossas ocupações de reitorias em 2007, que tivesse feito um elo entre as ocupações e o Governo Federal exigindo diálogo e revogação do decreto do REUNI, para que não estivéssemos vivendo em 2008 tais ataques e golpes tanto da Reitoria quanto do Governo Lula/PT. Infelizmente, a União Nacional dos Estudantes, atrelada e sustentada pelos partidos governistas, está a favor de todos esses ataques, e não mais podemos contar com ela nas lutas contra os ataques à educação pública.
Por isso é necessário construirmos uma Nova Entidade Estudantil, não aparelhada e não burocratizada, que lute conosco contra todos os golpes e ataques que estamos sofrendo! Nesse momento, mais do que nunca, necessitamos do conjunto dos estudantes para lutarmos contra todos os golpes da Reitoria e do Governo Lula/PT.
AUTONOMIA, NÃO ABRO MÃO, POR ISSO AO REUNI EU DIGO NÃO!
*Vivian Machado Dutra
Licencianda em Educação Física, Coordenadora do Centro Acadêmico de Educação Física e Dança da UFRJ e Coordenadora da Regional II da Executiva Nacional dos Estudantes de Educação Física
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