segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Buscando melhores dias para a Cidade Maravilhosa*

Durante o segundo mandato de Lula/PT, o Brasil foi “premiado” com o direito de sediar a Copa do Mundo de 2014, assim como “contemplado” pela vitória da cidade do Rio de Janeiro como sede de mais um grande evento: os Jogos Olímpicos de 2016. Percebemos a vinda desses eventos como recompensa ao governo tupiniquim, que tem garantido sua fidelidade aos organismos internacionais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Tal constatação fica ainda mais perceptível ao acompanharmos as diversas ações e reformas de cunho neoliberal realizadas ao longo dos oito anos de Lula à frente da Presidência da República, além de ações imperialistas como o envio de tropas do Exército brasileiro para reprimir a classe trabalhadora haitiana em nome de ‘missões humanitárias’ da Organização das Nações Unidas.

Lembro como se fosse hoje das notícias estampadas nos jornais de grande circulação: “Bandidagem derruba helicóptero da PM, após confronto nos Macacos”. Lembro também que esse confronto foi alguns dias depois da ‘Cidade Maravilhosa’ ganhar o direito de sediar em seu solo os Jogos Olímpicos daqui a seis anos. Depois desse triste acontecimento, o governador Sérgio Cabral/PMDB – fundamental aliado de Lula/PT – inicia nas comunidades populares, favelas e periferias a sua política de segurança, liderada pelas famigeradas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). As UPPs surgem sob o discurso de “pacificação” das favelas do Rio de Janeiro. Causa-me indagações e estranhezas o fato de que tais iniciativas são realizadas em áreas próximas aos estádios ou demais localidades onde ocorrerão os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo, já que não acompanhamos o mesmo processo ocorrer em cidades como São Gonçalo, Niterói, Caxias... Outro questionamento importante refere-se a buscarmos o porquê do Estado, em vez de UPPs, não investir na implementação de mais escolas, saneamento básico, cultura etc., nessas localidades historicamente marginalizadas.

Todavia, entendemos que o Estado brasileiro NÃO vai fazer isso, pois as bases da sua política econômica não possibilitam investimentos reais nas áreas sociais. Por isso, para conter MILHARES de trabalhadores que ganham R$500, deixando-os quietos, são necessárias as violências policial e também dos traficantes – que só existem com incentivo do próprio Estado (que não realiza o efetivo combate ao tráfico de armas, drogas...) – já que é interessante a existência de várias facções criminosas para impossibilitar a união de todas as favelas.

Não podemos ser ingênuos ao ponto de não prever os acontecimentos que estão ocorrendo no Rio. Estava na cara que as UPPs trariam para a população ainda mais violência, insegurança e medo em vez de paz, tranqüilidade e liberdade. Essa caracterização é conseqüência da política dos Governos, que não são direcionadas para exterminar a pobreza, mas sim aterrorizar a população sofredora que precisa sobreviver em condições desumanas.

A pobreza, na minha concepção, só será exterminada quando trocarmos de modelo de sociedade. É preciso defender um modelo que garanta o investimento nas áreas sociais (Educação, Saúde, Cultura...), e isso só ocorrerá em uma sociedade socialista. Para lutarmos e conquistarmos melhorias, precisamos enquanto trabalhadores nos organizarmos em sindicatos, enquanto estudantes em Centros Acadêmicos, enquanto moradores em associações etc. E, juntos, independentes e contrários aos governantes e aos capitalistas, podemos combater o fascismo de Lula, Cabral e Paes, vislumbrando que o morro desça ao asfalto para trazer a liberdade e a felicidade para a população brasileira e insegurança apenas para os poderosos capitalistas.


*Thiago Coqueiro Mendonça "Lenny"

Militante do Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa - UFRJ

Um comentário:

Anônimo disse...
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