*Roberta Ribeiro, da Folha Dirigida - 23/06/2009
No próximo mês, em Brasília, ao longo dos dias 15, 16, 17 e 18, a União Nacional dos Estudantes (UNE) promoverá seu 51º Congresso, no qual universitários eleitos nas universidades, chamados de delegados, representarão os alunos das instituições na escolha da nova diretoria da entidade. O modelo de pleito vigente desde 2006, organiza o processo da seguinte maneira: a cada 1.000 estudantes com matrículas ativas, o movimento estudantil da instituição de ensino tem o direito de enviar um delegado votante que também poderá ser eleito no congresso. A FOLHA DIRIGIDA perguntou a alguns representantes de Diretórios Centrais dos Estudantes (DCE) e de Centros Acadêmicos (CA) de universidades se consideram democrática as eleições da diretoria da UNE. Confira abaixo:
"A UNE cortou o vínculo com seus representados nas universidades. Também acaba sendo um instrumento do governo. Não concordamos com a atual diretriz. A diretoria da UNE não representa os estudantes. O termo democrático é muito amplo, portanto vejo como solução a eleição direta nas instituições. Eleição via delegado é complicado porque muitas instituições de ensino não conseguem financiar os estudantes. Esse modelo ja provou que gera a eleição de pessoas descompromissadas com o que os estudantes querem. Muitos nem entendem como essa eleição funciona. A situação é tão complicada, que esse modelo fechado, causa desânimo e desestímulo nos estudantes. Há um investimento forte de partidos políticos em estudantes que vão ao congresso via UJS. O modelo atual não comporta o verdadeiro voto da maioria dos universitários."
Bruno Alves
Presidente do DA de Direito - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio)
"Na verdade, o modelo atual é feito por representação de delegados. Por exemplo, a Uerj faz uma eleição de chapas e manda osrepresentantes eleitos proporcionalmente. Nesse caso, o estudantes não têm o poder de voto diretamente para escolha da diretoria da UNE. Com certeza, se a entidade é democrática deveria seguir o modelo de voto direto. Isso reflete nas atividades da entidade, que acaba fugindo um pouco da responsabilidade de defender não só assuntos relativos à educação, mas sobretudo, das grandes questões nacionais as quais antigamente a UNE se colocava, como o caso do petróleo. Houve uma queda não só ao discutir a educação, mas das questões de importância nacional."
"Na verdade, o modelo atual é feito por representação de delegados. Por exemplo, a Uerj faz uma eleição de chapas e manda osrepresentantes eleitos proporcionalmente. Nesse caso, o estudantes não têm o poder de voto diretamente para escolha da diretoria da UNE. Com certeza, se a entidade é democrática deveria seguir o modelo de voto direto. Isso reflete nas atividades da entidade, que acaba fugindo um pouco da responsabilidade de defender não só assuntos relativos à educação, mas sobretudo, das grandes questões nacionais as quais antigamente a UNE se colocava, como o caso do petróleo. Houve uma queda não só ao discutir a educação, mas das questões de importância nacional."
Ítalo Aguiar
Integrante do DCE da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj)
"Rompemos com a UNE por não considerar um instrumento de representação dos estudantes. Por toda a estrutura da UNE e o fato de não ser democrática nas votações e nos congressos, o Centro Acadêmico (CA) de Educação Física e Dança da UFRJ, do qual faço parte, rompeu com a UNE via plebiscito. Consideramos a UNE como um instrumento facilitador do governo federal ao implantar políticas nas universidades. Os diretores da UNE são eleitos pelo setor majoritário, a União da Juventude Socialista (UJS), há 20 anos. A burocratização da UNE vem desde a década de 90. Os representantes da UNE tentam uma aproximação, mas não há argumentos para debate, pois são favoráveis às políticas governistas, enquanto a maioria dos estudantes vão contra. A UNE é favorável a toda a situação precária na qual as universidades se encontram."
"Rompemos com a UNE por não considerar um instrumento de representação dos estudantes. Por toda a estrutura da UNE e o fato de não ser democrática nas votações e nos congressos, o Centro Acadêmico (CA) de Educação Física e Dança da UFRJ, do qual faço parte, rompeu com a UNE via plebiscito. Consideramos a UNE como um instrumento facilitador do governo federal ao implantar políticas nas universidades. Os diretores da UNE são eleitos pelo setor majoritário, a União da Juventude Socialista (UJS), há 20 anos. A burocratização da UNE vem desde a década de 90. Os representantes da UNE tentam uma aproximação, mas não há argumentos para debate, pois são favoráveis às políticas governistas, enquanto a maioria dos estudantes vão contra. A UNE é favorável a toda a situação precária na qual as universidades se encontram."
Vivian Dutra
Integrante do DCE da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
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