A crise econômica internacional, que já atinge o Brasil, coloca grandes desafios para os movimentos sociais nesse país. Diante do agravamento da crise, o governo anuncia quase que diariamente novas medidas para ajudar bancos e empresas. Já foram dados ou anunciados trezentos bilhões para empresas, cento e sessenta bilhões para os bancos, oito bilhões para as montadoras de automóveis e cento e trinta bilhões do BNDES para grandes empresas.
Ainda com essa “ajuda”, a resposta dos empresários, dos tubarões do ensino pago, dos banqueiros à crise atinge em cheio a classe trabalhadora e a juventude. Do final de 2008 para cá, já se somam mais de 700 mil postos de trabalho fechados e mais de 1 milhão de demissões. A Educação já perdeu R$ 2 bilhões do orçamento previsto para 2009, e as mensalidades nas universidades pagas não param de aumentar, garantindo uma combinação cruel entre desemprego e falta de condições para muitos jovens manterem seus estudos.
Se, de um lado há respostas para a crise que significam demissões, reduções de salário, retirada de direitos, corte de verba nas áreas sociais, de outro há a perspectiva da mobilização e da luta para que os ricos paguem pela crise, exigindo que o governo garanta estabilidade no emprego, estatize as empresas que demitirem, readmita os trabalhadores que já perderam seus postos de trabalho e não retire nenhum centavo da saúde, educação, etc.
O ataque às mulheres
Entre a ampla parcela da população atingida pela crise, as mulheres compõem a primeira fila das demissões, da perda de direitos e da redução dos salários. Como fruto da ideologia machista, já sofrem com a dupla jornada de trabalho, com a ocupação dos cargos de trabalho mais precarizados e por isso amargam, de forma mais drástica, as conseqüências da crise.
As mulheres jovens estão no centro desses ataques. Segundo dados do DIEESE, as mulheres, nas principais capitais do país, amargam maiores índices de desemprego. As mulheres jovens, ao ocupar os postos mais precarizados, mais isentas de direitos, têm mais facilidade para perderem seus empregos.
Na medida em que a Educação sofre com cortes de verbas, é mais difícil que haja assistência estudantil plena nas escolas e universidades. Muitas mães estudantes, em diversos casos, não conseguem se manter estudando porque as universidades e escolas não garantem a construção de creches universitárias ou, quando elas existem, não atendem à demanda necessária.
Combater o machismo
É também sobre as mulheres jovens que recai a forte pressão dos padrões estéticos. As mulheres têm que ser belas esculturas de apreciação masculina, aos moldes das mulheres que aparecem nas revistas, jornais e TV’s.
A faixa etária que mais morre em função dos abortos clandestinos está entre 17 e 24 anos. A apropriação do corpo da mulher pelo Estado, tem por conseqüência muitas vítimas, que além de não terem o direito ao aborto, não possuem serviço de saúde de qualidade para obter orientações sobre métodos contraceptivos.
Esses são sofrimentos que vivem as mulheres como consequência do machismo, uma ideologia muito bem utilizada pelo capitalismo para super explorar as mulheres. E é essa mesma ideologia que impõe que as mulheres não devem lutar, não devem se organizar, não devem se impor perante as diversas formas de opressão e exploração.
Por um movimento estudantil classista e feminista!
O movimento estudantil muitas vezes cumpriu um papel importante nas lutas em defesa da classe trabalhadora e nas lutas contra a opressão. A única forma de conquistarmos uma educação pública, gratuita, de qualidade para todos e todas é fazendo com que essa luta esteja a serviço da classe trabalhadora e a serviço dos setores oprimidos da sociedade. Este é o lado que o movimento estudantil deve assumir.
Assim como vemos hoje, várias centrais sindicais negociando com os patrões direitos históricos da classe trabalhadora, a juventude também perdeu a UNE como instrumento de luta. Essa entidade, diante da crise, segue aplaudindo o plano neoliberal do governo para a Educação, e agora negocia também o histórico direito da juventude à meia entrada.
Dessa forma, a perda da combatividade da UNE esteve e está relacionada também à sua incapacidade de organizar de forma conseqüente as mulheres jovens. Ainda que com “diretorias de combate à opressão” e com uma mulher na presidência, essa entidade, na medida em que se atrela ao governo, joga em favor dos exploradores e opressores e não em favor da juventude explorada e oprimida.
Com a experiência das mobilizações contra o REUNI, contra os Decretos que atacam a autonomia das Universidades e contra os aumentos das mensalidades, a juventude mostrou sua capacidade de lutar.
Isso é o que concretiza a capacidade de construirmos nas mobilizações de enfrentamento à crise econômica que surgem, um novo movimento estudantil. E a condição para que o novo não seja letra morta é construir efetivamente no interior do ME, a luta contra o machismo, o racismo e a homofobia ao lado da classe trabalhadora.
Todos ao 8 de março classista e feminista!
Com esta compreensão, parte da construção do Congresso Nacional de Estudantes é se engajar na construção dos atos do 8 de março classistas, de luta feminista anti-governista, de enfrentamento com as conseqüências da crise e de luta por uma educação pública.
Todos ao Congresso Nacional de Estudantes!
Com esta mesma preocupação, o Congresso Nacional de Estudantes vai reservar uma parte para debate das lutas contra a opressão e da necessidade de essa ser tarefa central do movimento estudantil democrático, combativo e independente.
Ainda com essa “ajuda”, a resposta dos empresários, dos tubarões do ensino pago, dos banqueiros à crise atinge em cheio a classe trabalhadora e a juventude. Do final de 2008 para cá, já se somam mais de 700 mil postos de trabalho fechados e mais de 1 milhão de demissões. A Educação já perdeu R$ 2 bilhões do orçamento previsto para 2009, e as mensalidades nas universidades pagas não param de aumentar, garantindo uma combinação cruel entre desemprego e falta de condições para muitos jovens manterem seus estudos.
Se, de um lado há respostas para a crise que significam demissões, reduções de salário, retirada de direitos, corte de verba nas áreas sociais, de outro há a perspectiva da mobilização e da luta para que os ricos paguem pela crise, exigindo que o governo garanta estabilidade no emprego, estatize as empresas que demitirem, readmita os trabalhadores que já perderam seus postos de trabalho e não retire nenhum centavo da saúde, educação, etc.
O ataque às mulheres
Entre a ampla parcela da população atingida pela crise, as mulheres compõem a primeira fila das demissões, da perda de direitos e da redução dos salários. Como fruto da ideologia machista, já sofrem com a dupla jornada de trabalho, com a ocupação dos cargos de trabalho mais precarizados e por isso amargam, de forma mais drástica, as conseqüências da crise.
As mulheres jovens estão no centro desses ataques. Segundo dados do DIEESE, as mulheres, nas principais capitais do país, amargam maiores índices de desemprego. As mulheres jovens, ao ocupar os postos mais precarizados, mais isentas de direitos, têm mais facilidade para perderem seus empregos.
Na medida em que a Educação sofre com cortes de verbas, é mais difícil que haja assistência estudantil plena nas escolas e universidades. Muitas mães estudantes, em diversos casos, não conseguem se manter estudando porque as universidades e escolas não garantem a construção de creches universitárias ou, quando elas existem, não atendem à demanda necessária.
Combater o machismo
É também sobre as mulheres jovens que recai a forte pressão dos padrões estéticos. As mulheres têm que ser belas esculturas de apreciação masculina, aos moldes das mulheres que aparecem nas revistas, jornais e TV’s.
A faixa etária que mais morre em função dos abortos clandestinos está entre 17 e 24 anos. A apropriação do corpo da mulher pelo Estado, tem por conseqüência muitas vítimas, que além de não terem o direito ao aborto, não possuem serviço de saúde de qualidade para obter orientações sobre métodos contraceptivos.
Esses são sofrimentos que vivem as mulheres como consequência do machismo, uma ideologia muito bem utilizada pelo capitalismo para super explorar as mulheres. E é essa mesma ideologia que impõe que as mulheres não devem lutar, não devem se organizar, não devem se impor perante as diversas formas de opressão e exploração.
Por um movimento estudantil classista e feminista!
O movimento estudantil muitas vezes cumpriu um papel importante nas lutas em defesa da classe trabalhadora e nas lutas contra a opressão. A única forma de conquistarmos uma educação pública, gratuita, de qualidade para todos e todas é fazendo com que essa luta esteja a serviço da classe trabalhadora e a serviço dos setores oprimidos da sociedade. Este é o lado que o movimento estudantil deve assumir.
Assim como vemos hoje, várias centrais sindicais negociando com os patrões direitos históricos da classe trabalhadora, a juventude também perdeu a UNE como instrumento de luta. Essa entidade, diante da crise, segue aplaudindo o plano neoliberal do governo para a Educação, e agora negocia também o histórico direito da juventude à meia entrada.
Dessa forma, a perda da combatividade da UNE esteve e está relacionada também à sua incapacidade de organizar de forma conseqüente as mulheres jovens. Ainda que com “diretorias de combate à opressão” e com uma mulher na presidência, essa entidade, na medida em que se atrela ao governo, joga em favor dos exploradores e opressores e não em favor da juventude explorada e oprimida.
Com a experiência das mobilizações contra o REUNI, contra os Decretos que atacam a autonomia das Universidades e contra os aumentos das mensalidades, a juventude mostrou sua capacidade de lutar.
Isso é o que concretiza a capacidade de construirmos nas mobilizações de enfrentamento à crise econômica que surgem, um novo movimento estudantil. E a condição para que o novo não seja letra morta é construir efetivamente no interior do ME, a luta contra o machismo, o racismo e a homofobia ao lado da classe trabalhadora.
Todos ao 8 de março classista e feminista!
Com esta compreensão, parte da construção do Congresso Nacional de Estudantes é se engajar na construção dos atos do 8 de março classistas, de luta feminista anti-governista, de enfrentamento com as conseqüências da crise e de luta por uma educação pública.
Todos ao Congresso Nacional de Estudantes!
Com esta mesma preocupação, o Congresso Nacional de Estudantes vai reservar uma parte para debate das lutas contra a opressão e da necessidade de essa ser tarefa central do movimento estudantil democrático, combativo e independente.
Comissão Organizadora do Congresso Nacional de Estudantes
"Companheiros e companheiras,
Muito importante o debate sobre a luta contra a opressão e sua relação com a construção do novo movimento estudantil. Também acho fundamental que nos incorporemos às lutas feministas, classistas e anti-governistas, e considero o conteúdo proposto para a nota muito bom. No entanto, não há como evitar um necessário debate com os companheiros do PSTU, setor majoritário na iniciativa do CNE.
Digo isso porque uma clara contradição se apresenta para a construção dos atos do 8 de março. Em alguns estados, como em São Paulo, haverá de fato uma manifestação classista, construída principalmente pela Conlutas, que apresentará as bandeiras feministas bem nos eixos da nota proposta, relacionando a opressão das mulheres com o capitalismo, a crise e os ataques do governo Lula.
Infelizmente, em outros estados, como aqui no Rio de Janeiro, a opção do PSTU, como setor majoritário da Conlutas e Comissão Organizadora do CNE, foi construir um ato unitário com as centrais governistas e a UNE traidora, essas mesmas que são muito bem denunciadas na proposta de nota apresentada. Como defender que "parte da construção do Congresso Nacional de Estudantes é se engajar na construção dos atos do 8 de março classistas, de luta feminista anti governista, de enfrentamento com as conseqüências da crise e de luta por uma educação pública" e estar presente no ato daqueles que defendem (e implementam!) os ataques do capital e do governo à classe trabalhadora e à juventude? Uma imensa contradição!
Por isso, reafirmamos a necessidade de construção de atos feministas, classistas e anti governistas, e, como consequência, defendemos a não incorporação do Congresso Nacional de Estudantes, enquanto iniciativa política de organização do novo movimento estudantil, aos atos dos setores governistas. A construção do CNE deve passar, isso sim, pelo incentivo à construção de atos classistas em todos os estados, como uma política nacional unificada e coerente com o novo movimento que queremos construir, pautado nas lutas dos trabalhadores e da juventude contra a exploração e a opressão."
Muito importante o debate sobre a luta contra a opressão e sua relação com a construção do novo movimento estudantil. Também acho fundamental que nos incorporemos às lutas feministas, classistas e anti-governistas, e considero o conteúdo proposto para a nota muito bom. No entanto, não há como evitar um necessário debate com os companheiros do PSTU, setor majoritário na iniciativa do CNE.
Digo isso porque uma clara contradição se apresenta para a construção dos atos do 8 de março. Em alguns estados, como em São Paulo, haverá de fato uma manifestação classista, construída principalmente pela Conlutas, que apresentará as bandeiras feministas bem nos eixos da nota proposta, relacionando a opressão das mulheres com o capitalismo, a crise e os ataques do governo Lula.
Infelizmente, em outros estados, como aqui no Rio de Janeiro, a opção do PSTU, como setor majoritário da Conlutas e Comissão Organizadora do CNE, foi construir um ato unitário com as centrais governistas e a UNE traidora, essas mesmas que são muito bem denunciadas na proposta de nota apresentada. Como defender que "parte da construção do Congresso Nacional de Estudantes é se engajar na construção dos atos do 8 de março classistas, de luta feminista anti governista, de enfrentamento com as conseqüências da crise e de luta por uma educação pública" e estar presente no ato daqueles que defendem (e implementam!) os ataques do capital e do governo à classe trabalhadora e à juventude? Uma imensa contradição!
Por isso, reafirmamos a necessidade de construção de atos feministas, classistas e anti governistas, e, como consequência, defendemos a não incorporação do Congresso Nacional de Estudantes, enquanto iniciativa política de organização do novo movimento estudantil, aos atos dos setores governistas. A construção do CNE deve passar, isso sim, pelo incentivo à construção de atos classistas em todos os estados, como uma política nacional unificada e coerente com o novo movimento que queremos construir, pautado nas lutas dos trabalhadores e da juventude contra a exploração e a opressão."
Leila Leal, do Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa.
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