Uma administração transparente é a que se deixa ver, aos seus mecanismos, à sua estrutura. Fiscalizá-la, ao menos na teoria, torna-se possível. Não que não haja, nuanças e truques que entre uma brecha e outra da clareza anunciada, ainda permitam o disfarce opaco das falcatruas e das atitudes desmedidas por dentro da roupa transparente anunciada. Mas de qualquer maneira, é o melhor que se pode desejar de uma administração que se quer verdadeiramente fiscalizada por seus administrados.
O mesmo não é válido para ações. Estas, as queremos sólidas brilhantes e inquestionavelmente visíveis. O que ganham as administrações ao serem exercidas em conjunto ao serem co-administradas, perdem as ações ao se verem co-agidas. Estas tornam-se difusas, perdem brilho e efetividade, se dispersando invisíveis por entre os discursos vazios.
Vivemos um Brasil reverso nas atitudes e nas gestões. Nossas administrações se solidificam opacas e escondem a vaidade e a ganância de nossos governantes que por trás da intransparência dos seus cinzas pensam sempre e tão somente em se dar bem a qualquer custo. Estes enriquecem e se petrificam. Caminham para o cemitério em suas limusines. Perderam qualquer futuro em si e vivem apenas da ilusão presente em seus poderes. Vivemos um Brasil reverso nas atitudes e nas gestões. Coagido por lógicas simplistas e resignadas, caminhamos o invisível caminho do suicídio ideológico. Aqui, hoje, age-se como não se fala, vestimos sempre a fantasia do que não se é ou se quer. Vestimo-nos visíveis por dentro, onde as cores vermelhas de um futuro ainda fulgem, mas agimos na transparência contrária aos nossos sonhos, ceifando destinos e perpetuando as misérias de que somos, historicamente, feitos.
Endireitar é a palavra governista, em todos os níveis, dos palácios às universidades e além. Endireitar a qualquer custo e sem deixar vestígios, pois sabemos e todos sabem que os caminhos possíveis para a dignidade e a felicidade a que todos têm direito é à esquerda, e à esquerda sempre. Endireitar é a palavra de nossos dirigentes, único verbo que conjugam. O verbo Eu e seus caminhos sinistros. Endireitar sem deixar vestígios, com ações transparentes e gestões opacas.
Nessa direção caminham nossos municípios, estados e federação. Nessa direção caminham nossas instituições. À direita sempre em cada ação perversamente planejada, com seus discursos falsamente socialista e seus atores cadáveres de um outro tempo, o da esperança, que já não mais encarnam. A UFRJ, nesse contexto, segue, patética universidade, os mesmos passos sem reflexões. Seus diretores há muito abandonaram uma ideologia transformadora e aquietaram-se na lógica do mercado e lenta e transparentemente transformam nossas aventuras investigativas em joint ventures subordinadas ao capital internacional e seus modismos. Não há delicadezas nessa marcha suicida. Os que se lembram de suas esperanças são convocados a pintarem o cenário colorido de justiça onde escamoteados operam-se as truculências da direita imperatriz. Às vezes se iludem e pensam que suas cores pintam um caminho de possibilidades. Às vezes se iludem, outras vezes não. Mesmo nos nossos sindicatos, historicamente mais combatentes, já vemos as limusines à porta e os sorrisos de pedra.
Mais um semestre se inicia em nossa UFRJ. Mais uma aula magna. Desta vez não teremos um reitor abobalhado com seus planos de ceifar pensamentos e sonhos. Já fomos ceifados durante o ano com a implementação de suas idéias perversas. Agora, depois de bater nos estudantes e nos que com eles protestaram pelos caminhos assumidos pelos ex-socialistas endireitados de hoje, mais um representante desse governo de traições permanentes nos dirigirá palavras. Vamos escutá-las. Quem sabe, nos iludir mais uma vez com suas roupas coloridas, quem sabe nos desarmar e felizes momentaneamente, embarcar nas limusines da implementação do REUNI em nosso campus. Afinal, o cemitério é logo ali.
O mesmo não é válido para ações. Estas, as queremos sólidas brilhantes e inquestionavelmente visíveis. O que ganham as administrações ao serem exercidas em conjunto ao serem co-administradas, perdem as ações ao se verem co-agidas. Estas tornam-se difusas, perdem brilho e efetividade, se dispersando invisíveis por entre os discursos vazios.
Vivemos um Brasil reverso nas atitudes e nas gestões. Nossas administrações se solidificam opacas e escondem a vaidade e a ganância de nossos governantes que por trás da intransparência dos seus cinzas pensam sempre e tão somente em se dar bem a qualquer custo. Estes enriquecem e se petrificam. Caminham para o cemitério em suas limusines. Perderam qualquer futuro em si e vivem apenas da ilusão presente em seus poderes. Vivemos um Brasil reverso nas atitudes e nas gestões. Coagido por lógicas simplistas e resignadas, caminhamos o invisível caminho do suicídio ideológico. Aqui, hoje, age-se como não se fala, vestimos sempre a fantasia do que não se é ou se quer. Vestimo-nos visíveis por dentro, onde as cores vermelhas de um futuro ainda fulgem, mas agimos na transparência contrária aos nossos sonhos, ceifando destinos e perpetuando as misérias de que somos, historicamente, feitos.
Endireitar é a palavra governista, em todos os níveis, dos palácios às universidades e além. Endireitar a qualquer custo e sem deixar vestígios, pois sabemos e todos sabem que os caminhos possíveis para a dignidade e a felicidade a que todos têm direito é à esquerda, e à esquerda sempre. Endireitar é a palavra de nossos dirigentes, único verbo que conjugam. O verbo Eu e seus caminhos sinistros. Endireitar sem deixar vestígios, com ações transparentes e gestões opacas.
Nessa direção caminham nossos municípios, estados e federação. Nessa direção caminham nossas instituições. À direita sempre em cada ação perversamente planejada, com seus discursos falsamente socialista e seus atores cadáveres de um outro tempo, o da esperança, que já não mais encarnam. A UFRJ, nesse contexto, segue, patética universidade, os mesmos passos sem reflexões. Seus diretores há muito abandonaram uma ideologia transformadora e aquietaram-se na lógica do mercado e lenta e transparentemente transformam nossas aventuras investigativas em joint ventures subordinadas ao capital internacional e seus modismos. Não há delicadezas nessa marcha suicida. Os que se lembram de suas esperanças são convocados a pintarem o cenário colorido de justiça onde escamoteados operam-se as truculências da direita imperatriz. Às vezes se iludem e pensam que suas cores pintam um caminho de possibilidades. Às vezes se iludem, outras vezes não. Mesmo nos nossos sindicatos, historicamente mais combatentes, já vemos as limusines à porta e os sorrisos de pedra.
Mais um semestre se inicia em nossa UFRJ. Mais uma aula magna. Desta vez não teremos um reitor abobalhado com seus planos de ceifar pensamentos e sonhos. Já fomos ceifados durante o ano com a implementação de suas idéias perversas. Agora, depois de bater nos estudantes e nos que com eles protestaram pelos caminhos assumidos pelos ex-socialistas endireitados de hoje, mais um representante desse governo de traições permanentes nos dirigirá palavras. Vamos escutá-las. Quem sabe, nos iludir mais uma vez com suas roupas coloridas, quem sabe nos desarmar e felizes momentaneamente, embarcar nas limusines da implementação do REUNI em nosso campus. Afinal, o cemitério é logo ali.
*Professor Ricardo Kubrusly
Texto elaborado por conta da Aula Magna de 2008 na UFRJ, cujo convidado da Reitoria foi o dirigente do MST João Pedro Stédile
Nenhum comentário:
Postar um comentário