quinta-feira, 6 de junho de 2013

Posição do Movimento
Quem Vem Com Tudo Não Cansa

na Eleição do DCE Mário Prata / 2013


Olá estudantes! Estamos em mais um processo de eleição para o DCE da UFRJ, e nós, do Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa, acreditamos que este é um momento muito importante para aprofundarmos o debate sobre o Movimento Estudantil da nossa Universidade.

Atualmente a nossa Universidade enfrenta uma série de problemas: os estudantes que ingressaram a partir do Reuni sofrem com aulas em condições precárias, o Hospital Universitário corre risco de ser privatizado, os moradores do Alojamento estão ameaçados de despejo e, além disso, práticas autoritárias são cada vez mais utilizadas na gestão da Universidade. Os estudantes, porém, não podem aceitar a tudo isso passivamente.

Na recente Greve Nacional da Educação de 2012 vivenciamos um importante momento de mobilização. A partir da consolidação do Comando Nacional de Greve Estudantil, as pautas dos estudantes ganharam dimensão nacional e foram capazes de se somar a um forte enfrentamento ao Governo Dilma/PT. A União Nacional dos Estudantes (UNE), ao seu turno, pelas costas do movimento grevista, apressou-se em firmar acordos com o Governo Federal com a intenção clara de nos desacreditar e nos desmobilizar. Experiências como essa demonstram que é impossível fazer avançar um novo Movimento Estudantil combativo, capaz de unificar-se nacionalmente, sem que se construa um claro posicionamento de enfrentamento à UNE.

Diante disso, observamos nessa eleição uma ruptura entre os dois setores que partilharam as últimas gestões do DCE, hoje divididos nas chapas 2 - “De que lado você samba?” e 3 - “Prepara que agora é hora”. Acreditamos que essa ruptura simboliza importantes limites do Movimento Estudantil da nossa Universidade, e tem como fundo político o debate acerca de sua reorganização.

A unidade que se rompera somente às vésperas do atual processo eleitoral vinha sendo mantida sob marcos extremamente frágeis, e as diferenças foram sendo mascaradas por ter se tratado a questão da reorganização do Movimento Estudantil como algo menor, adiando um necessário debate que há algum tempo se coloca na ordem do dia. De um lado, o coletivo “Nós Não Vamos Pagar Nada”, que atua na Oposição de Esquerda da UNE, ao buscar construir uma chapa em unidade com o coletivo “Correnteza”, motivou-se por um cálculo eleitoral baseado na disputa por cargos no DCE. Não houve qualquer depuração política, nenhum balanço dos acontecimentos recentes no Movimento Estudantil que sustentassem uma concepção de chapa. Esse setor continua dando legitimidade à UNE, e busca constituir uma chapa com setores que atuam na Oposição de Esquerdasem reconhecer o papel que hoje cumpre essa entidade cuja falência histórica é flagrante, ao invés de lançar-se à construção de uma alternativa viável às tarefas históricas do Movimento Estudantil.

Do outro lado, o coletivo “Não Vou Me Adaptar/ANEL”, que sempre tratou o tema da reorganização de forma superestrutural,  descolada do dia-a-dia dos estudantes, se apresenta agora como uma chapa de independência em relação à UNE. Essa postura só surgiu devido ao desacordo com o “Nós Não Vamos Pagar Nada” quanto à composição das forças na direção do DCE, e não como reflexo de uma opção pela construção real, pela base, de uma alternativa de luta para o Movimento Estudantil que supere, de fato, a UNE.

É importante que nessa eleição possamos amadurecer o debate acerca do enfrentamento às políticas precarizantes e privatistas do governo federal e da reitoria, sem que sejamos pautados apenas pela necessidade de estar na direção dos instrumentos de luta, argumento que fundamentou a frágil unidade supracitada nos últimos seis anos de gestões de DCE na UFRJ. De fato, o DCE é um importante instrumento, mas não podemos ser “assombrados” pela possibilidade do “fantasma” do governismo ganhar a direção desse instrumento. É preciso tratar essa questão com a devida centralidade que a mesma exige, para que aí sim o DCE Mário Prata esteja a serviço de organizar e potencializar um real enfrentamento ao governismo na UFRJ. É isso que deve determinar a maneira como tocaremos as lutas contra a tentativa de implementação da EBSERH, de aprofundamento e desdobramentos do Reuni, de despejo dos estudantes alojados e de instauração de direções autoritárias como tem se verificado na Escola de Educação Física. Apenas conseguiremos derrotar o governismo e seus representantes na UFRJ se assumirmos uma política concreta para esse fim. Isso significa introduzir, em todas as nossas pautas específicas, o conteúdo da reorganização do Movimento Estudantil. Só a partir desse trabalho de base direcionado para o novo, criaremos um novo polo de aglutinação de forças combativas.

Assim, embora reconhecendo os limites e as fragilidades das chapas contrárias ás políticas do Governo Federal e da Reitoria, acreditamos serem, nessa eleição, forças que buscam barrar o governismo inserido no Movimento Estudantil, representado pela Chapa 1 “Mãos à obra”. Indicamos, portanto, o voto crítico na Chapa 2 “De que lado você samba?” e na Chapa 3 “Prepara que agora é hora”. Como as nossas aspirações não se encerram com o simples depositar do voto na urna, seguimos motivados pelo esforço da construção de uma alternativa concreta e viável que coloque o Movimento Estudantil num patamar superior.

Fazemos um convite à tod@s os estudantes da UFRJ para que conheçam melhor o Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa, através de nosso blog – (movimentoquemvemcomtudonaocansa.blogspot.com.br) – e página no Facebook – (facebook.com/quemvemcomtudonaocansa).

Seguimos na luta por um novo movimento estudantil independente de reitorias e governos, construindo uma universidade pública, gratuita e de qualidade e sem autoritarismo!




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