domingo, 26 de abril de 2009

Contra a criminalização do Movimento Estudantil na UnB

O Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa tem orientado sua atuação para a luta em defesa da Educação Pública, Gratuita e de Qualidade, considerando a atual política implementada pelo Governo Lula/PT um retrocesso para os trabalhadores e a juventude, enquanto privilegia a lucratividade e os interesses dos setores privatistas.


O processo de ocupação da Reitoria da UnB foi uma importante ferramenta de luta travada em 2008. Tais lutas devem apontar para a defesa da Universidade bem como para a construção de uma nova entidade estudantil, que lute por fora e contra a Juventude do Mensalão expressa pela União Nacional dos Estudantes.


Solidarizamo-nos com os lutadores da Universidade de Brasília, exigindo a retirada do processo contra a estudante Catharina Lincoln. O Movimento Quem Vem Com Tudo Não Cansa se coloca contra qualquer tentativa de criminalização dos Movimentos Sociais.
MANIFESTO


Contra a Criminalização do Movimento Estudantil da UnB! Pela retirada imediata do processo contra a estudante Catharina Lincoln! Em defesa da UnB!


No dia 20 de fevereiro de 2008, o DCE/UnB – gestão “Nada será como antes” protocolou representação no MPF (Ministério Público Federal) solicitando o afastamento do então reitor Timothy enquanto durassem as investigações. Mais tarde, no dia 3 de abril do mesmo ano, mais de 200 estudantes, entre eles, a militante Catharina, ocupou o Gabinete do Reitor com a mesma reivindicação, dentre outras aprovadas em Assembléia Geral e, 4 dias depois, todo o prédio da Reitoria foi ocupado. Toda essa mobilização desencadeou a derrubada de toda a gestão Timothy e iniciou o processo de luta pela democracia e transparência na Universidade.


Devemos lembrar que Timothy ocupava uma das coberturas mais caras da Asa Norte, justificando que o imóvel era de cunho representativo da UnB – uma espécie de Gabinete do Reitor longe das goteiras do Campus e dos protestos estudantis! Entretanto, morava juntamente com a família no referido imóvel, que foi mobiliado pela FINATEC no valor de aproximadamente R$ 470.000,00, com itens pouco funcionais para representação acadêmica, como espreguiçadeira, puff, lixeiras de R$ 1.000,00 e saca-rolha de R$ 800,00.

Durante a gestão Timothy, ocorreram diversas perseguições políticas a estudantes, técnico-administrati vos e docentes da UnB, inclusive com Processo Administrativo – ainda que nada tenha sido provado contra quem foi acusado! Porém, contra Timothy, que esteve envolvido num dos maiores escândalos que a UnB já viveu, nada foi feito e, não suficiente, ele ainda voltou para dar aulas, como se nada tivesse acontecido.

A partir disso, o DCE/UnB, em entrevista à uma mídia de circulação nacional na tarde de quarta-feira, dia 18 de março de 2009, na parte do jardim do ICC Sul (externo à sala de aula), foi duramente hostilizado por professores timothystas que tentaram desqualificar o depoimento de uma de nossas coordenadoras. Os professores justificavam sua atitude dizendo que Timothy é professor e precisa voltar a dar aulas, mas são os mesmos docentes que durante 18 anos nada disseram sobre o ex-reitor ter unicamente atividades administrativas, como qualquer outro docente da UnB ou outra universidade pública que ocupa cargos de natureza não acadêmica na gestão.

Assim, a posição do DCE/UnB, manifestada pela declaração da estudante Catharina Lincoln, é a de que o ex-reitor Timothy Martim Mulholland deveria independente da competência que tenha para dar aula, responder ao menos um Processo Administrativo, aberto pela própria universidade, para responder pelas denúncias levantadas pelo MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) e até outras que a própria universidade venha descobrir. Ainda foi colocado o cuidado das declarações não serem de cunho pessoal e sim, terem o objetivo de fazer uma análise política da situação: não caberia ao DCE julgar a capacidade acadêmica de Thimothy, porém seria uma grande contradição um professor que cumpriu um papel político atrelado a corrupção e ao desvio de verbas públicas voltar as salas de aula.

Enquanto, por um lado, a Justiça resolve rejeitar as denúncia contra ex-reitor da UnB, sabemos que o objetivo desse processo aberto por Timothy e seu grupo contra a estudante é de tentar desestabilizar um grande grupo de estudantes que até hoje exige uma apuração mais rígida tanto dentro como fora da Universidade de Brasília, um grupo de estudantes que provou, através das grandes mobilizações de 2008, que é necessário lutar para defender a Universidade Pública, gratuita e de qualidade. Esse processo carrega em si também a tentativa de criminalizar os movimentos sociais, nesse caso o movimento estudantil, tratando os mesmos como arruaceiros, desordeiros e criminosos. Acreditamos que participação popular por meio de suas manifestações é um fato legítimo e inquestionável.

Assim sendo, exigimos a retirada imediata do Processo protocolado no TJDFT contra a estudante Catharina Lincoln e que mais nenhum processo seja aberto contra qualquer estudante que participou do processo de Ocupação! É necessário também que a atual Reitoria, fruto dos processos de mobilização, se posicione e coloque os recursos jurídicos disponíveis à favor da estudante!

Nos unimos nessa luta em defesa da nossa Universidade e contra a criminalização dos movimentos Sociais!




Envie seu apoio para
unbnaluta@gmail. com
Assinam esse manifesto (organizações, entidades, grupos, coletivos, pessoas)

Nenhum comentário: